Retrofit: 4 exemplos de aplicação no Brasil
Retrofit: 4 exemplos de aplicação no Brasil
O retrofit é uma técnica de revitalização de construções antigas. Seu objetivo é transformar edificações do passado, adaptando-as às necessidades atuais. Mas não se trata de uma simples reforma ou de uma restauração.
Algumas obras construídas há muitos anos – às vezes até séculos, como certos casos na Europa – precisam de estruturas mais adequadas, seguras e confortáveis para os dias de hoje.
Assim, a ideia do retrofit é fazer alterações para garantir o melhoramento das instalações, a atualização estética e a modernização da construção – mas, ao mesmo tempo, sem descaracterizar seus elementos originais históricos e arquitetônicos.
A seguir, mostramos alguns exemplos de aplicação do retrofit no Brasil. Conheça o antes e o depois das obras e os desafios para revitalizá-las!
Exemplos de aplicação: 4 edifícios revitalizados com a técnica retrofit no Brasil
1. Pinacoteca do Estado de São Paulo
Um dos grandes exemplos de aplicação de retrofit no Brasil é o projeto da Pinacoteca de São Paulo, realizado por Paulo Mendes da Rocha, um dos maiores arquitetos brasileiros.
O edifício original – construído no final do século XIX – passou, ao longo dos anos, por diversos tipos de ocupação, transformações, estragos e até mesmo abandono.
Assim, o projeto de revitalização tinha como objetivo principal adequar a edificação conforme as necessidades técnicas e funcionais para transformá-la definitivamente na Pinacoteca.
Para tanto, havia diversos desafios para resolver, como umidade, vazios internos, uma planta original rígida e um plano de acesso comprometido pelas áreas em seu entorno.
Sem deixar de preservar a construção original e suas fachadas externas, o projeto contou com adequações como:
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Instalação de uma nova rede elétrica;
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Criação de uma nova espacialidade do interior do edifício;
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Reforço estrutural dos pisos;
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Inclusão de elevadores para garantir acessibilidade;
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Telhados com vidros para aproveitar melhor a iluminação natural.
2. Edifício Martinelli, no Centro Histórico de São Paulo
O projeto retrofit do Edifício Martinelli, assinado por Paulo Lisboa, teve a missão de revitalizar o primeiro arranha-céu da cidade de São Paulo. A obra, que havia sido construída em 1929 e é tombada pelo patrimônio histórico, tornou-se a Secretaria Municipal de Licenciamento.
Para o projeto de revitalização, era necessário preservar as fachadas do prédio bem como sua volumetria. De outro lado, as adequações deveriam focar em adaptar o edifício para o estilo de trabalho atual.
O desafio, portanto, era trazer soluções modernas em contraste com a historicidade de um edifício tombado. Para tanto, dentre as melhorias, o Edifício Martinelli passou por modificações como:
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Criação de espaços integrados;
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Sistema de climatização;
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Estrutura de cabeamento para informatização;
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Qualificação dos pavimentos;
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Nova iluminação para trazer mais iluminação para os locais de trabalho.
3. SESC Pompeia, em São Paulo
Outro exemplo de aplicação da técnica retrofit no Brasil é o projeto de Lina Bo Bardi, que transformou antigos galpões de uma fábrica de tambores em uma das mais belas unidades de lazer e cultura do SESC.
O projeto de restauração e revitalização durou 5 anos, de 1977 até 1982. A arquiteta teve como foco o conceito do restauro crítico, que busca atualizar uma construção, e não simplesmente refazer a edificação em seus moldes completamente originais.
Com essa concepção, a ideia do projeto era recuperar e preservar a antiga fábrica, mas a partir de uma visão adaptada aos dias atuais. Assim, foram trazidos tanto conceitos novos, como a democratização dos espaços, quanto a preservação de elementos históricos, como os latões de lixo em referência aos tambores.
4. Edifício Galeria, no Centro do Rio de Janeiro
A empresa Tishman Speyer, responsável pelo projeto de retrofit do Edifício Galeria, realizou o processo de restauração e modernização de 2009 a 2011. A construção, que era da década de 1930, foi amplamente revitalizada, trazendo novas instalações na parte elétrica, hidráulica e de telecomunicações.
O objetivo era possibilitar a instalação de grandes empresas, tornando a edificação um dos melhores edifícios corporativos e comerciais da cidade. Para tanto, o projeto buscou manter a herança cultural e histórica da construção, trazendo ao mesmo tempo modernização do espaço físico e das instalações para atender as demandas atuais.
Assim, o processo de revitalização do Edifício Galeria contou com:
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Reforço das fundações, colunas e estruturas;
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Restauração das fachadas;
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Total refação da parte elétrica com nova tecnologia;
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Implantação de tecnologias de ponta, como elevadores modernos, sistema eficiente de ar-condicionado, acesso para pessoas com deficiência e sistemas robustos de segurança.
Fonte: WEG Blog Tomadas & Interruptores